Por Henry Henderson-Genefaas

Fui recentemente convidado a participar num projeto único numa ilha remota das Ilhas Faroé, um local onde falésias escarpadas se encontram com o selvagem Atlântico Norte. A missão? Determinar se esta maravilha escondida poderia albergar a maior gruta marinha do mundo. Acessível apenas por barco, a caverna apresenta três entradas distintas - duas ligadas por água e a terceira exigindo uma caminhada a pé.

A capacidade da solução de mapeamento LiDAR SLAM Hovermap ST SLAM para captar dados em ambientes com GPS negado tornou-a na ferramenta ideal para efetuar o scan neste local desafiante. Para medir o volume da gruta acima da linha de água, a equipa utilizou Hovermap como uma unidade portátil, enquanto o Departamento de Levantamento Hidrográfico das Ilhas Faroé assumiu o desafio de mapear as secções submersas.

O processo de captura

Começámos por fazer o reconhecimento da entrada da gruta a bordo de um barco a motor. Quando chegámos a terra, fizemos um exame minucioso da área de ligação ao interior da gruta, navegando por uma secção estreita através de um pequeno barco a remos. Depois de completarmos este segmento, voltámos a embarcar no barco maior para continuarmos a examinar as restantes secções da gruta. Foi assegurada uma cobertura abrangente através da realização de varrimentos em ambas as direcções e da captação de dados ao longo da face da gruta. Isto permitiu-nos ligar as três entradas, tanto interna como externamente.

O formato pequeno da unidade Hovermap e a versatilidade da sua utilização portátil facilitaram as transferências de barco, bem como a realização das secções pedestres do scanner, assegurando uma captura muito completa da estrutura das grutas. Isto significava que podíamos ter a certeza de volumes exactos. O tempo de recolha de dados foi de cerca de 1,5 horas das quatro horas da expedição de barco. Uma vez concluída a recolha de dados, juntámos todos os dados recolhidos utilizando o software de processamento e visualização Aura da Emesentpara criar um modelo 3D completo e preciso do sistema de grutas.

Os cálculos

Durante a realização do exame, a maré mudou cerca de 0,3 metros, o que tivemos de ter em conta nos nossos cálculos de volume. Ao calcular o volume até à marca da maré alta, assegurámos que quaisquer componentes abaixo do nível da água pudessem ser medidos com precisão em relação ao mesmo nível da água. Depois, para refinar os nossos cálculos, estabelecemos planos verticais em cada entrada da gruta, assegurando que o volume medido incluía apenas o espaço aéreo no interior da gruta. Os pontos de dados LiDAR foram filtrados para uma resolução de 0,1 metros e foi criado um modelo de superfície para calcular o volume. Com base na nossa análise, estimamos que o volume tem uma precisão de cerca de 0,25%.

Os resultados

Terão as Ilhas Faroé usurpado a posição da Nova Zelândia como tendo a maior gruta marinha do mundo?

O anterior recordista, a gruta de Rikoriko, na Nova Zelândia, tem um volume total (ar + água) de 221 500m^3.

Nas Ilhas Faroé, só o volume de ar foi calculado em 227.000m^3. Enquanto se aguarda a confirmação pelo Departamento de Levantamento Hidrográfico das Ilhas Faroé, o volume de água de 50.000^3 levar-nos-ia a um volume total de 277.000m^3. Portanto, a previsão é positiva!